Na Copa do Mundo de 2002, toureou o ego de jogadores consagrados e coroou seu próprio trabalho e passou a ser considerado quase um mago da formação de equipes vencedoras. O vexame deste ano recaiu, principalmente, na falta de confiança do grupo.
Após o fiasco contra a Alemanha, para a surpresa geral, a CBF decidiu trazer para o comando da Canarinho o ex-treinador Dunga. O novo técnico personifica vários dos atributos do estilo de liderança autoritário tão presente no Brasil, tanto no esporte quanto nas empresas. Trata-se de um treinador que defende a disciplina acima de tudo. É bastante autoritário e tem um tratamento, digamos, rústico com as pessoas.
Não quer saber de frescuras e segue o antigo estilo do verdadeiro “homem não chora”. Dunga nos recorda aqueles pais bravos e autoritários, aquele que é temido e exerce seu poder no grito. Dunga parece o chefe que amedronta. Em várias empresas conhecemos líderes parecidos, que desempenham o velho estilo militar.
Esse tipo de liderança surge muitas vezes em momentos de crise e nos momentos em que parecemos perdidos. É quase como um retorno à infância, onde esperamos o pai nos dar o caminho correto. O problema é que, quando temos um pai autoritário, mentimos para ele. O chefe autoritário cria um ambiente em que as pessoas têm medo de falar e pavor de expor seus pontos de vista. Com isso, a equipe perde a espontaneidade e a possibilidade de um aprender com o outro.
O modelo de liderança Dunga funciona, em geral, por pouco tempo. Quando o temor se instala, é uma questão de tempo para que a arrogância do líder que aparenta saber tudo se transforme no pior veneno para sua equipe"
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