sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A Parábola do Porco Espinho - de Arthur Schopenhauer

          Sabemos o quanto conviver com pessoas diferentes de nós pode ser complicado. Sempre foi, e sempre será. Em 1851, Arthur Schopenhauer escreveu a "Parábola do Porco Espinho" que até os dias de hoje nos faz pensar em como aprender a conviver é uma escolha inteligente para a nossa sobrevivência.
          Durante uma era glacial, muito remota, quando o Globo terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram indefesos, por não se adaptarem as condições do clima hostil.
          Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais. Assim cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso. Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos.
          Dispersaram-se por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes. Doíam muito.
          Mas, essa não foi a melhor solução: afastados, separados, logo começaram a morrer congelados.Os que não morreram, voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos. Assim, aprendendo a amar, resistiram a longa era glacial. Sobreviveram.
          Vale a reflexão... Bom dia!

Fonte: Recanto das Letras
         

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